Paulo Núncio acha que ficou tudo explicado no Parlamento e que a admissão de responsabilidades políticas foi suficiente para acabar com a polémica, está muito enganado.
O caso está longe de estar encerrado e, da esquerda à direita, sobram dúvidas sobre a atuação do ex-secretário de Estado.
"Não há nada nos argumentos de Paulo Núncio que seja minimamente aceitável".
A ideia de que era para não espantar a caça é das coisas mais disparatadas que já ouvimos.
Paulo Núncio assume que guardou na gaveta a publicação das estatísticas sobre as transferências para paraísos fiscais mas o assunto é mais profundo.
É que, ao fisco, escapou a fiscalização de vários milhares de milhões de euros para esses paraísos fiscais, alegadamente por um problema informático.
A conclusão é a de que:
Esta ocultação da estatística e esta incapacidade de identificar todas as transações, beneficiaram um grupo muito restrito, grandes grupos económicos e grandes milionários pelo que se o erro foi deliberado é muito grave e é corrupção mas se o erro foi político, não é menos grave porque estamos a falar de um governo que mobilizava a autoridade tributária para andar à procura das faturas nas feiras, que penhorava casas às pessoas por causa de dívidas de 500 euros e ao mesmo tempo escapavam-lhe 10 mil milhões de euros.


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